Se meu apartamento falasse
Direção: Billy Wilder
Ano: 1960
Sobre a marcação de cena e a atuação
Em “The Apartment”, de Billy Wilder, a marcação de cenas é impecável. Todos os atos, planos e sequências são montados perfeitamente para que o roteiro seja facilmente encenado. A sucessão de acontecimentos na empresa de seguros, no dia de uma festa, por exemplo é meticulosamente pensada, para que em uma única sequência de fatos, tanto C.C. Baxter, quanto Fran Kubelik possam sabem de verdades distintas uma da outra sem que possam “contaminar” as ideias um do outro, ou seja, os dois descobrem fatos, mas não deixam o outro saber da descoberta. Enfim, este é só um exemplo de uma marcação que funcionou perfeitamente bem, mas o filme é repleto destas marcações muito bem pensadas.

Já Jack Lemmon é também um ator sensacional, que foi capaz de ser dramático e cômico ao mesmo tempo e isso, sem que pudesse prejudicar a história. Ele soube muito bem como agir como solteirão e atrapalhado, ao mesmo tempo em que se viu num drama, depois que não conseguiu mais se desvencilhar dos quatro chefões da empresa de seguros. Lemmon consegue se inserir numa história tão trágica e com pontos engraçados, sem fazer do roteiro algo indecente e sim, apenas acrescentando vida ao filme.
Shirley e Jack formaram por fim, um casal muito agradável e convincente de se ver. Os dois juntos conseguiram interpretar muito bem a vida de uma mulher desesperadamente apaixonada e de um solteirão atrapalhado e enrascado, respectivamente. São atuações brilhantes e excepcionais, num filme ainda mais excepcional e intrigante.
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