sábado, 31 de julho de 2010

A Morte Cansada X O Labirinto do Fauno

A Morte Cansada (Pode o amor mais que a morte)
Ano 1921
Direção: Fritz Lang

O Labirinto do Fauno
Ano 2006
Direção Guilhermo del Toro

A Morte Cansada
Ambos fábulas. Mas primeiro, falemos de A Morte Cansada, célebre do expressionismo alemão. Será que pode o amor mais que a morte e tudo não passa de uma grande ilusão? No filme de Lang, que conta a história de um casal que recebe a visita da Morte, que levará o noivo, fazendo perder sua vida. Porém, a mulher, completamente apaixonada, pede mais uma chance a morte, para que não o leve. Enfim, em meio a muitos desafios propostos pela morte, o filme se desenvolve. Várias personagens chave e mesmo objetos de cena que podem ser considerados chave, como uma raiz que tem um formato de bebê ou mesmo a personagem sábia O Hi tem extrema semelhança com personagens e objetos de O Labirinto do Fauno.
O Labirinto do Fauno
No filme de del Toro, o Fauno, com aqueles chifres e aquelas longas unhas parece muito e deve ter uma grande influência da personagem anteriormente citada de A Morte Cansada, o O Hi. Assim como a raiz que é levada para a menina em O Labirinto do Fauno, além de retratar realmente uma vida, é simplesmente igualzinha a raiz usada no outro filme.
As semelhanças não param por aí. Ambos os filmes dão um desafio, ou alguns desafios para o protagonista, que tem que cumprir as tarefas para que tenham êxito no que querem, são filmes góticos, com algum suspense, mínimo que seja, além de que a esperança é a última que morre nos dois, além das duas principais personagens, uma em cada filme. E enfim, muitas outras semelhanças podem ser encontradas para aqueles que assistiram ou pretendem assistir aos filmes.

Jules e Jim

Jules e Jim - Uma mulher para dois
Ano 1962
Direção: François Truffaut

Voce já sonhou em ter 2 maridos? E voce, já sonhou em ter 2 esposas? A história de Jules e Jim é quase essa. Eles são amigos e, então, surge essa garota misteriosa e diferente de tudo o que eles já viram. Ela é única (bipolar, egoísta... e eles a amam!). Mas tem um defeito... Não suporta outras opiniões que não sejam as dela. E o final é exatamente assim.
No mundo real, não o cinematográfico, que embora represente algumas ideias que as pessoas tem, não necessariamente já aconteceu e não retrata de forma tão fiel, embora as vezes chegue bem perto disso, será que as pessoas aceitariam uma relação tão diferente assim sem que brigas ou desafetos fossem criados?

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Lua de Fel

Lua de Fel
Ano 1992
Direção: Roman Polanski

Quem nunca teve vontade de trair que atire a primeira pedra. Alguém?
Numa viagem de comemoração do casamento, dois jovens se aventuram num navio, onde conhecem uma linda mulher e seu marido. Parece mais uma história de dois casais que fazem uma espécie de "troca"... Calma, não é isso. Ou é?
Quando na vida, voce, que está comemorando mais um aniversário de casamento pensa em encontrar um cara louco com histórias grotescas, sexuais e chamativas e... ainda por cima, com uma linda esposa. Enfim, se voce, casado, já está profundamente mergulhado nas histórias sexuais que um homem conta que teve com sua esposa, nada mais natural do que voce sentir-se atraído por ela, não?
Mas cuidado. Voce pode acabar morto. Ou ela pode acabar morrendo.

Por mais que exista uma atração física entre os seres humanos, o que os faz assumir um compromisso que eles sabem que não será cumprido? As pessoas se casam, ou assumem noivados, namoram, trocam beijos e carícias, além claro das juras de amor mas não são fiéis umas as outras. A monogamia acabou?
Quando voce se dispõe a ficar com uma única pessoa, tanto fisicamente como emocionalmente, um envolvimento apenas físico com outro passa a ser considerado uma traição. E então, para que o compromisso? Ou será que o envolvimento físico não tem grande importância?

Ladrões de Bicicleta

Ladrões de Bicicleta
Ano 1948
Direção: Vittorio de Sica

E a História se repete.
O filme é em Roma, no ano de 1948. Praticamente ninguém tinham um emprego. E o que fazer quando encontra um emprego, mas que necessita de bicicleta para trabalhar e voce não tem uma, pois penhorou há pouco tempo para que pudesse comprar comida. Depois que consegue de volta a bicicleta, o homem vai ao emprego, que é de "colador" de cartazes. Logo no primeiro dia de trabalho, sua bicicleta é roubada.
Como parece hoje. Quando entramos numa maré de azar e enfim, conseguimos o que queríamos ou precisávamos, mas algo, uma força maior nos impede de continuar. É um assalto, uma doença... E a vida sempre foi e sempre será assim.
Ricci o protagonista está nesta maré de azar. E nós que vemos o filme nos sentimos tão azarados como ele. Entramos perfeitamente na história e na angústia deste homem que procura desesperadamente sua bicicleta. Para ilustrar esta câmera que percebemos como sendo a personagem procurando a bicicleta, descrevo uma cena:
Ricci e o filho acabam de sair de uma briga, na qual Ricci pensou ter encontrado o homem que roubou sua bicicleta, porém sua bicicleta não estava lá. Enfim, Ricci e o filho estão numa grande praça onde centenas de bicicletas são guardadas enquanto os trabalhadores saem. Numa esquina próxima a praça, tem uma bicicleta parada, sem nenhum dono. Simplesmente encostada na entrada de um prédio. Não há diálogo nesta cena. Apenas o filho de Ricci sentado na calçada e e o próprio Ricci olhando para a praça e depois olhando para a bicicleta sozinha. Era uma oportunidade. E o espectador não precisou que ninguém dissesse isso ou explicasse. A angústia de Ricci andando de um lado para o outro e observando o movimento e as bicicletas foi capaz de revelar toda a intenção mal sucedida da personagem.
Foi perfeito.

The Card Player

The Card Player
Ano 2004
Direção: Dario Argento

Não é incrível assistir a este filme?
Lógico, desde o primeiro instante, sabemos que o assassino é alguém de dentro da polícia. E como se assemelha com o que estamos vivendo. Os vícios de jogos e as mulheres sequestradas. Tanta semelhança. Mas no fim, o mocinho, ou neste caso, a mocinha, sempre sobrevive. E o malvado que achava que podia se safar no jogo, com toda a sua experiência nas cartas se deu mal.

Ontem, eu estava vendo um programa na TV (sim, eu estava), que tratava da rotina da polícia. O programa mostra a rotina dos policiais em São Paulo. Em determinada parte do programa, eles receberam uma denúncia de uma mãe que não aguentava mais o filho que só se drogava e agora, estava ficando violento e agredia a mulher com xingamentos, ainda não fisicamente. Enfim, os policiais ficaram conversando com o homem por cerca de 30 minutos em sua casa. Falando que tinha que ir pra uma clínica (aliás, a mãe ainda estava pagando 10 mil reais para uma clínica do qual o cara fugiu...), tinha que se tratar e não podia ser agressivo com a mãe. O homem ouvia tudo dos policiais com a maior paciência. Em nenhum momento foi agressivo. E pareceu até cooperativo.  O fato é que 10 minutos depois que os policiais saíram da casa da senhora e do homem que se drogava, eles tiveram  que voltar. Pois o homem tinha um registro na polícia e constava como "procurado". Ele tinha saído num indulto, provável feriado que teve e simplesmente não voltou mais.
Como é que o cara sai de um indulto vai para a casa (sim, ele foi para casa, onde morava com a mãe), não volta pra prisão e fica isso por isso mesmo. Quer dizer, ninguém  vai atrás dele? Em que tipo de mundo nós vivemos? Ele constava como PROCURADO. E ninguém procurou por ele.

Acho que só em filme mesmo as coisas dão certo e o trem passa em cima do malvado, não do bonzinho.

Diários de Motocicleta

Diários de Motocicleta
Ano 2004
Direção: Walter Salles
http://www.imdb.com/title/tt0318462/

Absolutamente incrível como meses de histórias entre estes dois amigos são mostrados tão bem nas telas de cinema. Como é difícil escrever sobre a história de outras pessoas. Porque então, não posso compará-la com o que vivemos hoje?
Onde neste nosso mundinho capitalista em que vivemos podemos encontrar líderes tão fiéis ao seu propósito como na história do Che? Tudo o que vemos hoje é uma imensa disputa por cargos e prêmios estipulados por uma grande massa de idiotas mercenários.

Cada passo que os dois argentinos davam na sua corrida era repleto de desafios e novas culturas, que hoje, nem sequer são conhecidas pelos líderes que governam e comandam estes países pelos quais os dois passaram. O conhecimento por si só, é um desafio hoje. Não é necessário que se viva em determinada comunidade para que possam "pensar" que conhecem bem a cultura de um certo povo. As notícias ou mesmo boatos de que o Chile é assim, assim, a Argentina é de outro jeito e o Brasil, como todos os estrangeiros sabem, tem um monte de macacos, a Amazônia e claro, a língua materna é o espanhol ou o brasileiro para os leigos.